A produção e o aprendizado da Arquitetura no Brasil Colônia ocorriam junto às corporações de ofício ou em um canteiro de obras, a exemplo dos trabalhos de Antonio Francisco Lisboa. Excepcionalmente iríamos encontrar alguns profissionais habilitados, na maioria das vezes em Academias Militares, desenvolvendo projetos arquitetônicos ou urbanísticos, como Frias de Mesquita ou Pinto Alpoim.
Somente após a chegada da Família Real ao Brasil, em 1808, foi criada a Academia de Artes e Ofícios, que só começou a funcionar em edifício próprio em 1826, já como Academia Imperial, iniciando-se assim o ensino regular de Arquitetura, como um dos cursos da Escola Real das Ciências, Artes e Ofícios, sendo indicado como responsável pelo curso, o arquiteto Grandjean de Montigny que veio na Missão Francesa em 1816 e que foi o autor do novo edifício especialmente projetado e construído para este fim junto à Av.Passos no centro do Rio, hoje desaparecido.
A partir de 1890, já na República, as diretrizes do curso foram alteradas dissociando cada vez mais o ensino de Arquitetura das demais Belas-Artes. No início do século XX, junto com as propostas de melhoramentos da então Capital Federal, foi idealizado e construído um novo e imponente edifício, inspirado no Louvre, projeto do Professor-arquiteto Morales de Los Rios, para abrigar a Escola de Belas Artes, na então recém inaugurada Avenida Central, hoje Rio Branco. O arquiteto do início do século poderia, diariamente, respirar o ar das reformas urbanas e conviver com o espaço eclético, repleto de referências acadêmicas e historicistas, fontes constantes de referência e inspiração.
A reforma de 1931, introduzida pelo então Diretor Arquiteto Lucio Costa, passou a apresentar uma definida orientação modernista, contrariando parte do corpo docente, ainda vinculado à modelos conservadores, o que provocou seu afastamento da direção do curso. Foi nesta reforma que se incluiu a cadeira de Urbanismo, antes desconhecida da maioria. Estas inovações acabaram por provocar em 1945, a separação definitiva do Curso de Arquitetura da Escola de Belas Artes, sendo criada a Faculdade Nacional de Arquitetura pelo Decreto N. 7918, de 31 de agosto, que acabou sendo transferida para outro edifício, o antigo Hospício Pedro II, então recuperado, localizado na Praia Vermelha.
Em 1961, a Faculdade passou a ocupar seu endereço atual, na Ilha do Fundão, em um edifício próprio, projetado pelo Arquiteto Jorge Machado Moreira, em 1957, exclusivamente para sediá-la.
A partir da Reforma Universitária introduzida pela Lei de Diretrizes e Bases de 28/11/68, o Curso de Arquitetura sofreu nova modificação para atender às novas características do sistema de créditos então implantado.
Posteriormente, passou a se chamar Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, uma das maiores e mais importantes do país, responsável pela formação de eminentes profissionais não só conhecidos no Brasil, mas também no cenário internacional, tais como Oscar Niemeyer, Sérgio Bernardes, Maurício Roberto, Afonso Eduardo Reidy, dentre outros.
Em 1996 um novo currículo foi implantado, sendo o resultado de uma avaliação crítica, iniciada ainda na década de 80, solicitada não só pelo corpo discente como pelo corpo docente, consequente de uma nova realidade social e econômica que se impunha na área do conhecimento e da prática da Arquitetura e do Urbanismo. Esta reforma curricular também procurou atender às diretrizes curriculares e o conteúdo mínimo do curso, então fixados pela Portaria N. 1770 de 21/12/94 do CFE e da nova Lei de Diretrizes e Bases de 23/12/96.
Hoje, a FAUUFRJ, novamente, está diante da aprovação um novo currículo, mais dinâmico, ágil e plural, que abarque as diversidades sociais e do campo de conhecimento, reconhecendo sua excelência em pesquisa e suas ações de extensão.